Após a aprovação no programa de Doutorado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Viviane Maria Dias Costa tinha não somente o que comemorar, mas também muito para relembrar. Seu ingresso no curso de Medicina Veterinária do UNINTA em 2008 foi apenas o começo.
Natural de Sobral, Viviane encontrou no UNINTA a oportunidade de estudar e continuar perto da família. Cursou dois semestres e, por conta de ter passado em uma instituição pública em Fortaleza, acabou trancando e se mudando para a capital. A escolha não correspondeu suas expectativas. Avaliando a experiência pelo aspecto educacional, comparando as duas instituições, Viviane reconheceu a qualidade do Centro Universitário onde iniciou sua faculdade e resolveu voltar para Sobral.
“Eu vi que eu tinha muito mais oportunidades aqui (no UNINTA) do que lá (Fortaleza). A gente já tinha a prática desde o início, então se quiséssemos realmente seguir a profissão, iríamos sair bem formados, porque desde o início já estávamos praticando. Aqui era bem mais assistido e eu tive a oportunidade de fazer iniciação científica, além dos estágios.”
Iniciação Científica e a descoberta do interesse pela Docência
Além da sala de aula, a parceria entre o UNINTA e a Embrapa Caprinos e Ovinos (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), proporcionou à Viviane o contato com a pesquisa acadêmica.
“Foi na iniciação científica que eu vi que o que eu queria era a docência, era estar na pesquisa. Lá (Embrapa) eu já fiquei na área de microbiologia, que trabalhava com tecnologias de leite, e eu fazia cultura de bactérias diretamente do leite. Isso já me chamou atenção pelo fato de pesquisar, eu gostava de estar no laboratório pesquisando, por isso fui para o estágio supervisionado na área de patologia clínica, no Hospital de Pequenos Animais, sempre no laboratório”, comenta.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária do UNINTA, Prof. Me. Carlos Henrique Sousa de Melo explica como a grade do curso contribui para o sucesso profissional dos acadêmicos.
“O curso busca ao longo da graduação inserir o aluno em diferentes cenários de vivências práticas. Isso permite uma grande aproximação com a atuação profissional despertando um pensamento crítico, com capacidade de liderança e trabalho em equipe. Somam ainda as características descritas a formação teórica sólida proporcionada por um corpo docente de excelência. Tais competências podem ser destacadas na nossa egressa Viviane.”
O final da graduação poderia ter encerrado o ciclo de aprendizagem de Viviane, porém sua vontade de aprender a fez buscar seleções para Residência em Medicina Veterinária no estado do Piauí e também para o Programa de Mestrado em Biotecnologia do UNINTA. Foi aprovada nos dois, escolheu novamente o UNINTA e conseguiu 100% de bolsa para continuar estudando.
“Pra mim foi como abrir realmente as portas, ser recebida pela casa. Receber a bolsa foi como se me dissessem: ‘é aqui que você tem que ficar’. Complementou muito. Escolhi o mestrado exatamente por poder continuar aqui no UNINTA. Consegui a bolsa, que o Dr. Oscar Rodrigues Junior assinou, e eu também tinha a bolsa da Funcap.”
Parceria Interinstitucional com a UFMG
No mestrado, Viviane iniciou uma pesquisa experimental intitulada “ANEMIA INFECCIOSA EQUINA (AIE) NO ESTADO DO CEARÁ, NORDESTE BRASILEIRO”. Seu professor orientador, Prof. Dr. Bruno Teixeira, vislumbrando o potencial do trabalho, conseguiu, através de colaboração, enviar a estudante para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde foram processadas, durante 4 meses, todas as amostras colhidas.
Força-Tarefa Nacional pelos Jumentos
A pesquisa com os jumentos então abriu as portas para novas parcerias. O animal, que faz parte da cultura do Nordeste, hoje é constantemente encontrado em situação de abandono nas estradas da região, uma vez que sua antiga função de transportar pessoas e cargas foi substituída por motos e carros.
O tema chamou a atenção de outras universidades, como a Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), a Universidade de São Paulo (USP) e a UFMG. A USP criou a Força-tarefa Nacional pelos Jumentos e incluiu o UNINTA no projeto.
“Trabalhávamos diretamente tentando conservar os jumentos, mas como somos da veterinária, pensamos mais em sanidade, então pesquisamos doenças infecciosas, no caso, eu pesquisava anemia infecciosa equina, que é uma doença que não tem cura.”
As amostras para a pesquisa de Viviane eram coletadas no Ceará, junto com a força nacional. Os hemogramas, realizados no laboratório do Hospital Veterinário de Pequenos Animais do UNINTA eram enviados para a UFMG, onde ela realizava toda a biologia molecular na intenção de procurar o vírus. Hoje, os resultados já contribuem para a pesquisa do doutorado de outra estudante.
Agora mestre, em busca do Doutorado
O título de Mestre de Viviane veio no dia 8 de maio de 2018, quando defendeu seu trabalho ao lado do seu orientador, Prof. Bruno Teixeira. No dia 24 do mesmo mês, ela foi aprovada no Programa de Doutorado da UFMG, com um convite da instituição para dar continuidade a sua pesquisa. O programa tem nota 7 na CAPES, considerado conceito de excelência com alto padrão internacional. A estudante também recebeu convite do programa de Doutorado da USP, mas escolheu a primeira instituição, também, pelo apoio dado no convênio interinstitucional com o UNINTA.
“Vou fazer todo o processamento aqui no UNINTA, mas meu programa vai ser lá. É um projeto muito rico, hoje no doutorado vamos tentar monitorar os asininos porque, por mais que já tenha sido trabalhado por 1 ano e meio, ainda não deu para recuperar toda essa cultura do asininos. Eles continuam abandonados, então tem muito serviço pela frente”, explica.
Viviane fala com carinho sobre todo o caminho percorrido e as conquistas que teve no Centro Universitário Inta. “Foi um apoio de família. O professor Bruno está agindo como um pai, e o UNINTA como minha casa. Sou muito grata à bolsa integral de Mestrado concedida pelo Dr. Oscar aos egressos da saúde.”
O professor Bruno Teixeira também comentou sobre a vivência. “A experiência de liderar as atividade do projeto de pesquisa da Viviane foi um desafio engrandecedor. O projeto permitiu consolidação de uma equipe de trabalho do Mestrado em Biotecnologia do UNINTA/Medicina Veterinária UNINTA com instituições de ensino reconhecidas em todo Brasil. Além disso, a pesquisa gerou bons resultados que já foram parcialmente publicados em congressos da área. Ressaltamos ainda que trabalhar com a Viviane foi harmonioso, tendo em vista o seu interesse e empenho com o trabalho. Destacamos ainda a importância da aprovação da egressa em um programa de doutorado do ICB-UFMG, nota 7 na CAPES, referência nacional.”
Medicina Veterinária UNINTA – Melhor do Ceará
Eleito pelo Ranking da Folha de São Paulo 2018 como o melhor curso de Medicina Veterinária do Ceará, em pesquisa feita entre instituições públicas e privadas, foi autorizado em 2007 e tem como objetivo formar profissionais com espírito científico e investigativo, criativos, empreendedores, preocupados com o bem-estar animal e compromissados com a qualidade de vida do homem.
Programa de Mestrado em Biotecnologia UNINTA
O Programa tem como linhas de pesquisa a Biotecnologia de Substâncias Naturais e a Biotecnologia Aplicada à Saúde Humana e Animal. Seu objetivo é desenvolver o ensino, a pesquisa e a inovação, colaborando principalmente para formação de recursos humanos qualificados na área para exercício de atividades de ensino, investigação científica e desenvolvimento tecnológico.
O público-alvo são Médicos, Farmacêuticos, Biomédicos, Enfermeiros, Biólogos, Biotecnólogos, Químicos, Médicos Veterinários, Zootecnistas, Fisioterapeutas, Psicólogos, Cirurgiões-Dentistas, Nutricionistas, Tecnólogos de Alimentos, Educadores Físicos, Engenheiros de Pesca, Engenheiros Ambientais, Agrônomos e áreas afins.
O UNINTA ainda apresenta a oportunidade de bolsa integral para egressos da instituição que tenham concluído a graduação a partir do ano de 2015.2, desde que sejam aprovados na seleção.